1140536258

1140536258



.38 vAria

As incertezas que a Ciencia honestamente <confes.«a» ao lentar o traęado de esquemas genealógicos das formas vivas, nflo autorizam a concluir, como o sr. P.e Yalente, que as relaęóes de parentesco entre espćcies nflo existem. Por nflo se haver chegado •A determinaęfio segura do < missing-link», por nflo se verificar uniformidade ou paralelismo de direcęflo ao procurar dispor, para as mesmas formas, todos os caracteres numa escala evolutiva,

.por nflo se conhecerem muitos intermedidrios e por estes faltarem

mesmo naturalmente nos saltos brusco.s que sflo as mutaęóes,    *

deve concluir-se que o transformismo nflo tern base clentifica?

O Pithecanlhropus, diz o autor, 6 rejeitado pelos tnelhores •paleontólogos modernos. Perdflo. Pode rejeitar-se a enlidade ■taxondmica Pithecanlhropus erectus e mais ainda, como nós pró--prios.pensamos, a atribuTędo de todos os restos assim designados, a urn s<5 indmduo e a urna s<S espćcie. Mas nflo existe nos restos considerados daquele primata fóssil urna caracterizaęflo completa-mente igual A dum bomem moderno ou A de qua!quer espćcie conhecida de antropdide. Porąue oculta o sr. dr. Va!ente que na •calote craniana do chamado Pithecanthropus, como no bomem de Neanderthal, como no Sinanthropus, como no Sivopithecus, hd alguns caracteres intermedidrios morfolbgicamente entre o Hornem actual e os Antropóides existentes? O Neanderthal constitui, segundo 'Boule, citado com justa consideraęflo pelo autor, urna es picie distinta do Homo sapiens moderno. Para asseverar que cnflo hd nfile nenhuma diferenęa essencial em relaędo ao bomem moderno, o sr. P.e Valente invoca os testemunhos de Sergi e Via)teton. Ora Sergi dd ao homem dc Neanderthal nflo apenas o valor duma espicie, mas atć dum gtfnero, distinto das formas humanas actuais ou em correspondćncia, ainda mai estabelecida, apenas com urna ou duas destas. E, quanto a Violleton, sendo urn grandę sdbio, nflo tinha no assunto maior autoridade do que o grandę paleon*

•tologista Boule.

Vialleton, o autor da Ilusdo transformista, invocado jubilosa-mente pelo teólogo portuense, ainda 6, num recentfssimo livro,

■Qnid de 1'homme? de Ernest Lenoir, objecto duma critica em que    <

sflo postas em relevo as suas <razóes especiosas», a sua mudtz em muitos pontos interessantes, a sua tendSncia a utilizar apenas os factos que parecem servir as suas teorias. Ningudm tern hoje o direito de negar as chamadas «formas sintdticas* da Paleontologia, a existencia de alguns «intermedidrios morfológicos >. Se aque-las e estes nflo sflo foręosamente sempre c intermedidrios genea-lógicos*, ć bem vero«imil que muitas vezes os tenham sido.

•Com razflo Lenoir inostra que Vialleton comeęou por definir    *

jnexactamente o transformismo, dando-o como «a dcutrina meca-

nista que explica a formaęfio dos sfires vivos pela acęflo pura e simples das causas naturais>. Mas o transformismo nflo 6 isso. Dum £rro inicial, Vialieton foi levado fl condenaęflo dum inoceote.

Em belas pflginas de filosofia bioldgica, Cuflnot escreveu, como o catdlico gećlogo Termier escrevia sdbre o transformismo, <jue o ser-se mecanicista ou o ser-se vitalista era urna questflo de temperamento ou de f6. O mecanicista, perante a vida, contenla-se em saber como os fsctos se passam sem se preocupar com o que estd para alflm dSles. O vitalista quer saber o porque das coisas, convencido de que a realidade tangivel nflo constitue todo o real. Mas o naluralista mais materialista e o naturalista mais vitalista examinam da mesma maneira os factos, simplesmente como natu-ralistas, porque a ciencia nflo entra em conta com as causas meiafisicas.

Jfl Abel Rey dizia que se nflo distingue em nada urn com-pendio de fisiologia dum mecanista do de um espiritualista, na descrięflo dum fendmeno fisiológico ou duma funęfio orgfinica.

*

Ora o transformismo moderado que perfilhamos, apoia se sóbre numerosas probabilidades e (o que o rev. dr. Valente nflo menciona) sdbre a verificaęflo experimental de mutaędes. £ cien-tificamente verosimil. Diz o sr. padre Valente que ć contrariado pela revelaęflo. Embora esta nflo conslitua um mćtodo dentifico, lamentaria que aquele sacerdote tivesse razflo. Por dois moti-vos: primeiro, porque «o limo da terra> apareceria nflo como urna simples imagem simbólica da base materiał ou natural da exis-tfcncia Humana, mas como a expressflo real dessa base, rebai-xando a directa ascendSncia humana ao nivel da dos seres inferiores; segundo, porque desapareceria a possibilidadc duma plataforma entre a CiSncia e a Religiflo cristfl, visto que se atribuia ao texto biblico um sentido literał que nem sempre se coaduna com as acquisiędes cientificas. Reconhecendo fl Religiflo um imprescindfvel papel morał, entendendo que s<5 ela pode forne-cer fl humanidade o tonus de que esta necessita perante o angus-tiado pessimismo que decorre das limitaędes da visflo cientifica e da desorienlaęflo e perversflo das ideas e dos sentimentos—pena-liza-nos que alguns seus ministros, em vez de procurarem auxiliar a concórdia entre ela e a Ciincia, dificultem tal concórdia sem vantagem para ningudm, senflo talvez para os adversflrios da Religiflo.

<0 cristflo prefere fls hipóteses aventureiras, fls induęóes ^usadas duma experi6ncia inadequada, os dados certos da reve-



Wyszukiwarka

Podobne podstrony:
41775 revista009 ueto de USE DUAS TONALIDADES CONTRASTANTES E DE UM DESTAQUE MAIOR AS PECAS QUE DECO
yiande froide.»]ĄS parce que « c’est le goQt meme du corps». La viande l frołde rappelle donc la via
"o HOMEM QUE AGE POR SI, EMPREGA 5UA FORCA AS ACOES QUE REALI-ZA, CONQUlSTA-SE A SI P
56 vAria tidAo de factos cientificamente averiguados, que, pe!a sua apariędo błusca cm extremo grau
pirulito112 ...4, 3, 2, 1... O foguete foi lanęado! Complete as fumacinhas que o foguete deixou util
pirulito112 ...4, 3, 2, 1... O foguete foi lanęado! Complete as fumacinhas que o foguete deixou util
est ind 5 jpeg 10.    Mi abueia me explicó que habia conocido a mi abuelo en la
90 que mds o menos tema una economia y un estilo de vida parecido al Argentino, no contemporlneo a m
38.    B.96798 CULTURE and economics : on values, economics and international busines
132 LE CHOLERA Ayant examine sept souches choleriąues ainsi que deux souches El Tor et une souche de
Les peuplements de poissons estuariens tels que nous les detaillerons sont donc les ensembles de pop
362 SAINTR-ANNE DAURAY sainte Annę n’eAt diffArA la guArison que pour Aprou-ver lafoi et la rAsignat

więcej podobnych podstron